Um morfema é a menor unidade gramatical que se pode identificar. As palavras, ao contrário do que pode parecer, não correspondem às menores unidades gramaticais da língua. Uma palavra como infelicidade, por exemplo, resulta da combinação de três elementos menores: o prefixo in-, o radical felic-] e o sufixo -idade. Cada um desses elementos é um morfema da língua portuguesa, e nenhum deles pode ser fragmentado ulteriormente do ponto de vista gramatical: sob esse ponto de vista, todos são unidades mínimas. Cada um desses morfemas é usado para construir outras palavras. Por exemplo, o prefixo in- ocorre também em "infeliz", "indistinto", "involuntário" e "insatisfeito"; o tema feliz aparece também "felicidade", "felizmente", "infelicitar" e "felizardo"; e o sufixo –idade ocorre também em "velocidade", "castidade", "maioridade" e "habilidade".
Os morfemas são de tipos diferentes. Dizemos que "feliz" é um morfema lexical, ou lexema, por ter um sentido dicionarizável: podemos dar uma definição de "feliz". Contudo, o -mente de "felizmente" é diferente: é um morfema gramatical, que desempenha a função estritamente gramatical de transformar um adjetivo em advérbio. Independentemente disso, podemos dizer que "feliz" é também um morfema livre: pode aparecer sozinho formando palavra, como acontece na palavra "feliz". Mas o prefixo in- e os sufixos –idade e –mente são morfemas presos: eles nunca podem aparecer sozinhos, precisam sempre ligar-se a pelo menos um outro morfema no interior de uma palavra.
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