terça-feira, 15 de março de 2022

ATÉ QUE ENFIM

Depois de findo o período grevista, a angústia dos alunos dos alunos que estavam preocupados porque não havia aula deve ser transformada em muito estudo.

segunda-feira, 14 de março de 2022

BONS LEITORES

No capítulo 3 de Dom Casmurro, o narrador conta a denúncia. É um capítulo curto, como grande parte dos capítulos da obra.

Mas... Denúncia de quê mesmo?

Capítulo 3 de Dom Casmurro

A denúncia

Ia a entrar na sala de visitas, quando ouvi proferir o meu nome e escondi-me atrás da porta. A casa era a da Rua de Matacavalos, o mês novembro, o ano é que é um tanto remoto, mas eu não hei eu de trocar as datas à minha vida só para agradar as pessoas que não amam histórias velhas; o ano era de 1857.

- D. Glória, a senhora persiste na ideia de meter o nosso Bentinho no seminário? É mais que tempo, e já agora pode haver uma dificuldade.

- Que dificuldade?

- Uma grande dificuldade.

Minha mãe quis saber o que era. José Dias, depois de alguns instantes,  de concentração, , veio ver se havia alguém no corredor; não deu por mim, voltou e, abafando a voz, disse que a dificuldade estava na casa ao pé, a gente do Pádua.

- A gente do Pádua?

- Há algum tempo estou para lhe dizer isto, mas não me atrevia. Não me parece bonito que o nosso Bentinho ande metido nos cantos com a filha do Tartaruga, e esta é a dificuldade, porque se eles pegam de namoro, a senhora terá muito que lutar para separá-los.

- Não acho. Metido nos cantos?

É um modo de falar. Em segredinhos, sempre juntos. Bentinho quase que não sai de lá. A pequena é uma desmiolada; o pai faz que não vê; tomara ele que as coisas corressem de maneira, que... Compreendo o seu gesto; a senhora não crê em tais cálculos, parece-lhe que todos têm a alma cândida...

Mas, Sr. José Dias, tenho visto os pequenos brincando, e nunc vi nada que faça desconfiar. Basta a idade; Bentinho mal tem quinze anos. Capitu fez quatorze a semana passada; são dois criançolas. Não se esqueça que foram criados juntos, desde aquela grande enchente, há dez anos, em que a família Pádua perdeu tanta coisa; daí vieram as nossas relações. Pois eu hei de crer?...? Mano Cosme, você que acha?

Tio Cosme respondeu com um "Ora" que, traduzido em vulgar, queria dizer: "São imaginações do José Dias; os pequenos divertem-se, eu divirto-me; onde está o gamão?"

- Sim, creio que o senhor está enganado.

- Pode ser, minha senhora. Oxalá tinham razão; mas creia que não falei senão dpois de muito examinar...

- Em todo caso, vai sendo tempo, interrompeu minha mãe; vou tratar de met^-lo  no seminário quanto antes.

Bem, uma vez que não perdeu a ideia de o fazer padre, tem-se ganho o principal. Bentinho há de satisfazer os desejos de sua mãe. E depois a igreja brasileira tem altos destinos. Não esqueçamos que um bispo presidiu a Constituinte, e que o padre Feijó governou o o império...

- Governou com a cara dele! atalhou tio Cosme, cedendo a antigos rancores políticos.

- Perdão, doutor, não estou defendendo ninguém, estou citando. O que eu quero é dizer que o clero ainda tem grande papel no Brasil.

- Você o que quer é um capote; ande, vá buscar o gamão. Quanto ao pequeno, se tem de ser padre, realmente é melhor que não comece a dizer missa atrás das portas. Mas, olhe cá, mana Glória, há mesmo necessidade de fazê-lo padre?

- Sei que você fez promessa... mas, uma promessa assim... não sei...Creio que bem pensado... Você que acha, prima Justina?

- Eu?

- Verdade é que cada um sabe melhor de si, continuou tio Cosme; Deus é que sabe de todos. Contudo, uma promessa de tantos anos... Mas, que é isso, mana Glória? Está chorando? Ora esta! Pois é coisa de lágrimas?

Minha mãe assou-se sem responder. Prima Justina creio que se levantou e foi ter com ela. Seguiu-se um alto silêncio, durante o qual estive a pique de entrar na sala, mas outra força maior, outra emoção... Não pude ouvir as palavras que Tio Cosme estrou a dizer. Prima Justina exortava: "Prima Glória! Prima Glória!" José Dias desculpava-se: "Se soubesse, não teria falado, mas falei pela veneração, pela estima, pelo afeto, para cumprir um dever amargo, um dever amaríssimo..."


domingo, 13 de março de 2022

IDEIAS DE PIERLUIGGI

Se você criar o hábito de estudar pouco, mas todos os dias, irá verificar, em pouco tempo, que o que você estudou não ficará retido apenas o tempo o bastante para, mal e porcamente, descarregar num papel na hora da prova.

sábado, 12 de março de 2022

CAPÍTULO 2 DE DOM CASMURRO

Depois de ler o capítulo 1, vamos ao 2. O personagem-narrador apresenta a casa onde mora, como vive e o objetivo da obra. Com um dicionário à mão, a leitura flui leve.

Do Livro 

Agora que expliquei o título, passo a escrever o livro. Antes disso, porém, digamos os motivos que me põem a pena na mão. 

Vivo só, com um criado. A casa em que moro é própria; fi-la construir de propósito, levado de um desejo tão particular que me vexa imprimi-lo, mas vá lá. Um dia, há bastantes anos, lembrou-me reproduzir no Engenho Novo a casa em que me criei na antiga Rua de Matacavalos, dando-lhe o mesmo aspecto e economia daquela outra, que desapareceu. Construtor e pintor entenderam bem as indicações que lhes fiz: é o mesmo prédio assobradado, três janelas de frente, varanda ao fundo, as mesmas alcovas e salas. Na principal destas, a pintura do teto e das paredes é mais ou menos igual, umas grinaldas de flores miúdas e grandes pássaros que as tomam nos bicos, de espaço a espaço. Nos quatro cantos do teto as figuras das estações, e ao centro das paredes os medalhões de César, Augusto, Nero e Massinissa, com os nomes por baixo... Não alcanço a razão de tais personagens. Quando fomos para a casa de Matacavalos, já ela estava assim decorada; vinha do decênio anterior. Naturalmente era gosto do tempo meter sabor clássico e figuras antigas em pinturas americanas. O mais é também análogo e parecido. Tenho chacarinha, flores, legume, uma casuarina, um poço e lavadouro. Uso louça velha e mobília velha. Enfim, agora, como outrora, há aqui o mesmo contraste da vida interior, que é pacata, com a exterior, que é ruidosa. 

O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor, não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos santos. Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas creem na mocidade. Duas ou três fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal frequência é cansativa. 

Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira. Em verdade, pouco apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como bem e não durmo mal. 

Ora, como tudo cansa, esta monotonia acabou por exaurir-me também. Quis variar, e lembrou-me escrever um livro. Jurisprudência, filosofia e política acudiram-me, mas não me acudiram as forças necessárias. Depois, pensei em fazer uma História dos Subúrbios, menos seca que as memórias do Padre Luís Gonçalves dos Santos, relativas à cidade; era obra modesta, mas exigia documentos e datas, como preliminares, tudo árido e longo. Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a falar-me e a dizer-me que, uma vez que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos, pegasse da pena e contasse alguns. Talvez a narração me desse a ilusão, e as sombras viessem perpassar ligeiras, como ao poeta, não o do trem, mas o do Fausto: Aí vindes outra vez, inquietas sombras...? 

Fiquei tão alegre com esta ideia, que ainda agora me treme a pena na mão. Sim, Nero, Augusto, Massinissa, e tu, grande César, que me incitas a fazer os meus comentários, agradeço-vos o conselho, e vou deitar ao papel as reminiscências que me vierem vindo. Deste modo, viverei o que vivi, e assentarei a mão para alguma obra de maior tomo. Eia, comecemos a evocação por uma célebre tarde de novembro, que nunca me esqueceu. Tive outras muitas, melhores, e piores, mas aquela nunca se me apagou do espírito. É o que vais entender, lendo. 

sexta-feira, 11 de março de 2022

FOCO NA LITERATURA, LEITURA E VOCABULÁRIO

O estudante bom deve ficar sua vida estudantil na leitura de bons produtores de textos do naipe dos grandes escritores brasileiros.

Não deverá também perder o foco no vocabulário usado por eles. 

Aprender palavras novas é o que sustenta no futuro bons redatores.

terça-feira, 8 de março de 2022

GÍRIA EM INGLÊS

Afters - Sobremesa.

Literalmente, after significa depois de, após.

segunda-feira, 7 de março de 2022

BONS LEITORES

Tentando desfazer alguns mitos sobre leitura

Na coluna "Bons leitores", postarei nesta primeira etapa o texto integral de um dos clássicos da literatura brasileira: "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Será um trabalho braçal e de esforço para provar aos leitores iniciais que a leitura deste clássico não é tão difícil de ler como se pintam por aí.

Tentem saborear o capítulo 1, caros leitores, e verás quanto interessante é a história de Bentinho e Capitu. Qualquer dúvida sobre o vocabulário, não tenham vergonha e fazer uma parada e consultar um dicionário. O narrador-personagem começa sua extraordinária história quando viajava num trem.

Capítulo 1 de Dom Casmurro

Do título

Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

- Continue, disse eu acordando.

- Já acabei, murmurou ele.

- São muito bonitos. 

Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: "Dom Casmurro, domingo vou jantar com você".  - "Vou para Petrópolis, Dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vais lá passar uns quinze dias comigo". - "Meu caro Dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça".

Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha narração. Se não tiver outro daqui até o fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terá isso dos seus autores; alguns nem tanto.


domingo, 6 de março de 2022

PARA UM BOM RETORNO ÀS AULAS

Se é verdade que o mais prejudicado é o aluno quando se trata de não ter aula por causa de pandemia, imprensado, greve e outras coisas, então é bom que os alunos procurem aproveitar o tempo em que estiver havendo aula, sem reclamar tanto do tempo em que está frequentando.

Por que devemos aproveitar o máximo o tempo escolar?

Porque ninguém sabe o que pode acontecer daqui pra frente. Os mais jovens não sabem que até por causa de chuvas em excesso pode o ano letivo ser interrompido por um tempo. Em 2009, passamos aproximadamente um mês sem ter aulas por causa das fortes chuvas e a consequente sangria da barragem de Umari.

A sangria da barragem de Umarí, localizada no município de Upanema, aumentou bastante depois das últimas chuvas caídas na região. A barragem, terceiro maior reservatório de água do Estado, está com 0,65 cm de lâmina d`água, sendo a maior de sua história e, causando estragos por onde passa. Com isso, a situação se agravou em algumas áreas próximas da margem do rio, que corta a cidade. 

Nas primeiras horas de hoje, duas famílias tiveram que ser retiradas de suas casas devido à invasão das águas. Uma, foi transferida para casa de parentes, a outra está abrigada no colégio municipal Maria Gorete. No total, cerca de seis famílias já foram retiradas de seus lares em decorrência da enchente.
Outro problema causado pelas chuvas, é o isolamento das comunidades rurais. A única passagem molhada que dava acesso as comunidades localizadas a leste do município, está debaixo d`água. As aulas foram suspensas em virtude das estradas vicinais não apresentarem condições de tráfego. Ontem à noite, no caso mais grave, uma mulher em trabalho de parto teve que ser transferida para Açú, pois não conseguia chegar a sede do município upanemense. Toda a operação teve o apoio da Polícia Rodoviária Federal, que estava orientada pela Secretaria Municipal de Saúde, caso ocorressem problemas com os atoleiros da estrada de barro que liga os dois municípios. Pelas informações obtidas, mãe e filho passam bem. (Secretaria de Turismo e Comunicação de Upanema, em 27 de maio de 2009)

Bastou a nossa barragem sangrar para que as coisas por aqui ficassem preta. 

A dica que dou a todos é que voltemos com vontade de estudar. "Tudo pode acontecer". É o que sempre diz um velho amigo setentão.


sábado, 5 de março de 2022

VOLTA

 As aulas na rede estadual recomeçam na próxima segunda-feira, 7.

Foram exatamente quatorze dias sem aula.

Agora, mãos à obra e mentes a funcionar!

O VALOR DO LATIM: QUARESMA

A palavra “Quaresma” vem do termo Quadragesima, que em latim significa “quarenta dias”. Essa associação do termo com os quarenta dias também está presente em outros idiomas, como no espanhol, que se refere ao período como Cuaresma; no italiano, Quaresima; e no francês, Carême.

Não se sabe exatamente o motivo pelo qual se estabeleceu a Quaresma com 40 dias de duração, mas, na tradição bíblica, diversos acontecimentos se estenderam por um período que leva o número 40:

O jejum de Jesus no deserto ocorreu em 40 dias;

O dilúvio do qual Noé sobreviveu também levou 40 dias e 40 noites;

A travessia do deserto por Moisés e os hebreus ocorreu em 40 anos, etc.

A Quaresma é uma prática realizada por fiéis de tradição católica, assim como por devotos da Igreja Ortodoxa, anglicanos e luteranos. Aqui no Brasil existe um grande número de cristãos evangélicos e, para eles, a Quaresma não é observada, uma vez que o entendimento da tradição evangélica é de que práticas como jejuns e orações não devem ser resumidas apenas aos 40 dias que antecedem a Páscoa.

(www.brasilescola.uol.com.br)

Agora, pergunto:

Por que o latim não está no currículo da escola?

sexta-feira, 4 de março de 2022

JÁ É HORA

Para quem está no início do Ensino Médio, é uma boa hora de começar a estudar pra valer, causo queira ter uma chance de ser aprovado em algum curso mais na frente.

O método de estudo é o tradicional. Isso! Aquele que sempre deu certo em qualquer lugar do planeta. 

O segredo é: não há segredo. Queimar as pestanas estudando é uma expressão que não escuto mais. 

Queimavam-se as pestanas com as chamas das lamparinas, em altas horas da noite e madrugada. O resultado era sempre o mesmo: aprovação.

Livros e mais livros. Dicionários. Anotações. A fórmula que dá certo.

quinta-feira, 3 de março de 2022

QUESTÃO ORTOGRÁFICA

S (esses) desperdiçados

Desperdiçamos esses ssssss quando os colocamos no plural de hora, por exemplo. O plural daquela palavra é simplesmente um h.

Plural de hora: h. Em Brasília 19h. Recordação. O início da Voz do Brasil começa assim.

quarta-feira, 2 de março de 2022

CRÔNICA

Galos ausentes

Onde estão os galos com seus cantos da madrugada e varando as manhãs?

Choco para alguns, pois seu canto não é universal na sua entoação e ritmo. Até a bondade e a beleza da voz variam de galo para galo.

Há aqueles que dão uns estirões, uma cantada esticada, que nos dão a ideia que aquilo não acaba mais ou que mesmo engoliu alguma coisa e está engasgado o pobrezinho. Mas não. Pode ser que ele esteja tão rouco de cantar que forçou demais as cordas vocais. 

Há ainda a possibilidade de uma gripe apanhada por aí - não dos humanos. Se isso fosse possível, certamente não haveria um galo sequer sem gripe, devido a onda terrível pela qual passamos.

Como num fio bem articulado, seus cantos se interligam de rua a rua. Até parece que eles combinam a hora de um começar e de outro emendar, lá bem longe. Quem começa primeiro? O melhor cantor poderia comandar o início do canto, pois se sentiria privilegiado. Os melhores cantariam antes? 

Não é assim entre os humanos nos shows que fazem por aí. Os que fazem a janela são os primeiros mas não são os melhores. Teoricamente, pelo menos, não são os melhores nem ganham igual. Entre os galos tanto faz, visto que eles não ganham nada com isso. Cantam pelo instinto, quiçá por prazer.

São perturbados muitas vezes por estranhos que se intrometem em suas vidas num captar para si e tirar de seus donos o senhorio. Geralmente são captações ilegais e criminosas. Criminosas em dois sentidos: o furto e o crime propriamente dito,  e depois de levá-lo para algum lugar para servir de saboroso tira-gosto de uma cana malvada com os amigos.

Sei que sinto a ausência desses cantos. Será que eles mudaram de bairro com seus donos? Ou será que eles estão tão escassos que os donos os venderam e não renovaram o estoque?

Sua música matinal precisa voltar para ecoar no espaço e encantar novamente os ouvidos de seus apreciadores.

terça-feira, 1 de março de 2022

CANTO DOS GALOS

Quem de vós ouve com frequência o canto dos galos? 

Galos cantam mais nas madrugadas. Dificilmente ouve-se um cantar em outras horas.

E é disso que tratará a crônica de amanhã: o canto dos galos. Ela será publicada bem na horinha em que ainda há galos cantando.


CONTO

Conto de carnaval*   

Por Francisco Xavier Gondim

A cidade vivia um clima pré-carnavalesco. Onze da manhã da quinta-feira. Os meninos ligaram garantindo a vinda para uma das maiores festas que a cidade tem, ao lado da Festa do Esporte e Padroeira. Quando eles vinham, era sucesso garantido, pois sempre botávamos aquele "boneco" de arrepiar. Pra começar, quase que desmanchávamos o velho jipe do papai, pintando as laterais e a frente. Pintando, não, melando de tinta até mesmo o para-brisa. A festa estava garantida, sim.

Por que jipe e não o corsa que estava seminovo? Quem conhece jipe sabe que ele "aguenta o pancão". Sua atração nas quatro rodas não deixa ninguém na estrada: enfrenta e vence lama, areia, pedras, subida e os maiores empecilhos. 

Depois de termos recebido a ligação, ficamos mais animados ainda pra pularmos o carnaval daquele ano. Tanto assim, é que decidimos começar a nossa festa logo naquela hora. Botamos gás no transporte e pulamos em cima dele, com a mesma roupa que estávamos. Não esperamos que a costureira aprontasse a roupa dos quatro dias.

Como morávamos perto uns dos outros, não foi difícil juntar todos num lugar só e principiarmos a festa antecipadamente. Fomos ao bar de Seu Manuel e pegamos umas vodkas, cervejas, gelo, refrigerantes. Na bodega de Dona Sinhá pegamos carne e alguns quitutes, além de fósforos, óleo, etc. É que decidirmos fazermos uma farrinha fora da cidade enquanto chegava a festa de momo.

E assim, partimos faltando dez para as duas. 

Saímos em disparada em direção de um sítio da zona rural que tinha espaço amplo e distava uns três quilômetros. Ao chegarmos lá, já tínhamos consumido umas boas doses. A casa velha estava suja em razão de ser pouco visitada. Da turma, alguns fizeram uma pequena faxina. Outros continuaram tomando a cachacinha em pequenos goles. Outros preferiam ficar ouvindo o som velho do carro e dançar ao redor esquentando o clima de carnaval que só iria começar na cidade no dia seguinte. Preferi pegar gravetos e providenciar um fogo para assar a carne que serviria como tira-gosto.

Nossos vizinhos de sítio ficavam tão distantes que não escutavam nossa zuada. Melhor assim.

Na saída tínhamos decidido voltar antes da meia-noite daquela quinta e emendarmos na folia direto até a manhã da quarta-feira. Já chegava as nove e alguns pareciam baleados pela malvada. O pequeno açude servia de banho para aliviar os efeitos do álcool. 

Lá pras dez e meia, perguntei à turma se queria ir embora. 

- O clima está muito bom, disse um colega. Era mais de onze quando todos concordaram voltar pra cidade. 

- Quem será o motorista? Gritou um.

- Eu, não!

- Também não!

- Também não!

- Eu estou bêbado, mas louco, não!

Apesar de ter tomado umas, chamei-os a razão o fato de estarmos movidos álcool. Mesmo assim, Leo atirou-se dentro do carro dizendo que o conduziria  visto que estava em perfeitas condições de guiá-lo.

Como todos estavam incapacitados para dirigir, Leo foi aceito.

- Vamos, porque já são quase meia-noite.

Saímos gritando e o carro voou baixo. Na primeira curva senti que não ia dar certo. 

Em poucos instantes, na segunda curva sobramos em cima de uns mofumbos de galhos grossos, descendo num barranco não muito fundo. O espatifado de gente foi pra todo lado. Caí de costas em cima de um colega. Só me lembro disso. Somente no hospital soube de detalhes: cinco foram levados pra cidade vizinha com braços ou pernas quebradas. Os demais curaram seus ferimentos na cidade mesmo.

E o velho jipe? Ah! Dele restaram muita coisa: as rodas, a direção, o esqueleto central e a lembrança.

A nós, a lição de nunca mais querermos combinar álcool, carnaval antecipado e direção de carro. 

E os colegas que ligaram? Eles só chegaram à noite da sexta-feira quando já estávamos remoendo no juízo o grande arrependimento  da mancada em que havíamos nos metido. 

(*"O Conto de carnaval" foi primeiramente publicado no Jornal O Mossoroense e depois no Jornal de Upanema em 3 de março de 2004)


COMO É FÁCIL CONJUGAR VERBOS EM INGLÊS

Como conjugar o verbo to need?

Present tense

I need                      We need
You need                 You need
He needs                 They need
She needs
It needs    

Vejam um exemplo do uso do verbo to need em "Help", dos Beatles:

I need somebody
(Help) not just anybody
(Help) you know I need someone, help.

Agora, tente mudar as pessoas gramaticais utilizando o verbo need na primeira frase:

I need somebody
You need...







segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

GÍRIA EM INGLÊS

Ace - (literalmente, ás) bom amigo. De primeira qualidade; o melhor. Tirar boas notas; derrotar; enganar. (Fernando B. Ximenes)

Como deu para perceber, a palavra ace é polissêmica. Dá pra formar frases com vários sentidos.

Literalmente significa um ás: um alguém que é bom em muitas coisas.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

MAIS IDEIAS DE PIERLUIGI

 IDEIAS DE PIERLUIGGI

O professor Pierluiggi Piazzi ensina mais uma lição sobre como aprender a estudar certo.

A maioria dos alunos estudam errado porque estudam na hora errada. Alguns chegam a estudar muito, mas em cima da hora e a muitos dias depois do que viu em sala de aula.

Os que somente estudam faltando poucas horas ou minutos para a prova é porque sabem que a memória fresca consegue reter muito até a hora da prova, mas depois tudo some.

O que fazer?

Estude pouco

Você está louco?  -já ouço você gritar. - Estudar pouco?

Mas meu pai, minha mãe, meus professores dizem o tempo todo que devo estudar mais!

Exatamente! Esse é um dos motivos pelos quais o sistema educacional do Brasil é um dos piores do mundo!

Estudo não é questão de quantidade, mas de qualidade.

Você não deve estudar mais, deve estudar melhor.

Quanto?

A resposta é "pouco... mas todo dia"!

Assim, as aulas do dia devem ser estudadas no mesmo dia, antes que se passe uma noite de sono!

Os que têm sucesso não são, necessariamente, os mais inteligentes. Aliás, é bom adiantar que essa história de que existem pessoas com maior ou menor grau de inteligência é besteira!

O que há, na realidade, são pessoas que aprendem a usar o cérebro e outras que o utilizam mal. Mas - você dirá -, o que diferencia o vencedor do fracassado?

A resposta é complexa, pois são vários os fatores, mas se nos limitarmos apenas à fse dos estudos, poderíamos imaginar o seguinte:

Existe o momento da aula...

... e o momento do exame:

O vencedor é o que estuda imediatamente depois da aula.

O vencedor é o que estuda pouco, pois é apenas o conteúdo de uma manhã (ou uma tarde) de aula que o seu cérebro deve absorver.

Ao estudar antes da fase do sono, ele está avisando seu cérebro de que aquele assunto foi alvo de atenção; consequentemente, não deverá ser jogado  na lata do lixo na hora de limpar o sistema límbico.

O fracassado, por sua vez, é o que estuda o mais perto possível do exame. (Do livro Aprendendo inteligência, páginas 41-4)

sábado, 26 de fevereiro de 2022

CHOVEU DEZ MILÍMETROS

Uma questão de concordância

Choveu dez milímetros em Upanema no começo da noite de quarta-feira, 23. Em outros lugares, como no centro da cidade, somente 4,4mm. Informa Sueli Oliveira.

Os verbos que não podem ter sujeito, chamados impessoais, são usados sempre na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Chove bastante (Luiz Antonio Sacconi, em Nossa gramática).

Se os verbos impessoais forem usados de modo figurado, a concordância mudará e seguirá a norma geral:

Trovejaram impropérios contra o sujeito.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

GÍRIA EM INGLÊS

Abortion - (literalmente, aborto). coisa mal feita; produto de baixa qualidade. (Fernando B. Ximenes)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

COMO ESCREVEMOS HEIN

A palavra hein é uma das pérolas dos erros ortográficos.

Não tem quem faça certos usuários das redes sociais escreverem hein corretamente. Escrevem de todas as maneiras, menos hein. Por que, então, não escrevem corretamente? Hein?

Há outra forma para hein: hem. Hein, hem. 

E para selar o uso do hein, fiquem com a letra da dupla Kleiton e Kledir. Hein de outra maneira, nem pensar:

Nem pensar 

Eu, hein?!
Nem pensar
Outra vez, nem pensar
Embolou, foi demais
Pega leve, baby.

Eu, hein?!
Nem pensar
Outra vez, nem pensar
Já sartei, foi demais
Dá um tempo pra mim
Deixa assim
Mal ou bem, bem ou mal
Conjunção Sol e Sol é fogo
Baby.

E aí, se rolar
É sinal que valeu
Que o destino escreveu a vida
Baby
Baby
Se rolar
Já pensou
Nem pensar.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

PRÊMIO NÓBEL?

Língua formal em apuros

São muitos os que tropeçam na pronúncia dessa palavra. Desde os mais letrados aos mais iletrados. 

O maior problema não é com os iletrados, mas com os bem alfabetizados e os comunicadores. Todos os que detém um cargo público ou pensam em ter - os candidatos, por exemplo.

Afinal, eles concordam que a formalidade é para continuar ou defendem que o falar normativamente não deve sumir, por exemplo das escolas?

Em português se diz e escreve Nobel. É uma palavra que tem acento tônico(invisível) na letra e e não na letra o.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

MUDAR O DISCO

Os mais jovens não conhecem os discos, a não ser através de videos, fotos, museus ou por ouvir dizer. Claro que estou me referindo aos discos de vinil. Os discos  modernos ainda esbarramos com alguns ou até os temos em casa. As músicas do disco que estavam na vitrola ou radiola parariam de tocar se o ouvinte não desse uma paradinha e o virasse para o lado oposto. Os aparelhos mais modernos já tinham a opção de mudança automática.

Mudar o disco tornou-se uma expressão idiomática muito comum para se referir a uma atitude de mudança necessária. É instada naqueles famosos manuais de autoajudas.

Pois bem. O disco muitas vezes precisa ser mudado, mas o executante da ação não se sente encorajado de levantar-se e fazer a troca do lado. O mesmo ocorria em sentido literal. 

Estamos muitas vezes bem sentados, ainda que anestesiados e perplexos pelo momento, que não sentimos disposição de sair daquele lugar. Assim, muitas bandas passam e as músicas tocadas serão só as mesmas.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

CURIOSIDADE

Declan Rice

Declan Rice é  um meio-campista da seleção de futebol da Inglaterra.

Rice significa arroz.

Em português também há nomes ou sobrenomes de pessoas que são substantivos comuns: Formiga, Jucá, Pavão, Falcão, Barata, Mata, Jatobá, Pereira.


domingo, 20 de fevereiro de 2022

THERE ARE THREE WAYS

"There are three ways to teach a child: the first is by example; the second is by example; the third is by example."

Procuro há anos o autor da frase acima. Se alguém souber, manda a resposta pra cá.

Outra coisa:  Isso não tem nada a ver com a ideia da frase, mas com a estrutura. Se observarmos a gramática da língua portuguesa, constataremos que a utilização do ponto-e-vírgula é raro. A frase acima é um exemplo perfeito desse sinal de pontuação. Sigamos seu exemplo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

A IDEIA DO VISCONDE

No texto seguinte, Monteiro Lobato põe na boca dos personagens a discussão do que significa o verbo transitivo - aquele que precisa de um complemento: 

A IDEIA DO VISCONDE  (Monteiro Lobato)

Aquele célebre passeio dos netos de Dona Benta ao País-da-Gramática havia deixado o Visconde de Sabugosa pensativo. É que todos já tinham inventado viagens, menos ele. Ora, ele era um sábio famoso e, portanto, estava na obrigação de também inventar uma viagem e das mais científicas. Em vista disso pensou uma semana inteira, e por fim bateu na testa, exclamando numa risada verde de sabugo embolorado:

- Heureca! Heureca!

Emília, que vinha entrando no quintal, parou, espantada, e depois começou a berrar de alegria:

- O Visconde achou! O Visconde achou! Corram todos! O Visconde achou!

A gritaria foi tamanha que Dona Benta, Narizinho e Pedrinho acudiram em atropelo.

- Que foi? Que aconteceu?

- O Visconde achou! - repetiu a boneca entusiasmada. O danadinho achou!...

- Mas achou que coisa, Emília?

- Não sei. Achou, só. Quando entrei na sala, encontrei-o batendo na testa e exclamando: Heureca! Ora, Heureca é uma palavra grega que quer dizer Achei. Logo, ele achou.

Dona Benta pôs as mãos na cintura e com toda pachorra disse:

- Uma boneca que já andou pelo País-da-Gramática deve saber que Achar é um verbo transitivo, dos tais que pedem complemento direto. Dizer só que achou, não forma sentido. Quem ouve, pergunta logo: "Que é que achou?" Essa coisa que o achador achou é o complemento direto do verbo achar.

- Basta de verbos, Dona Benta! - gritou Emília fazendo cara de óleo de rícino. Depois do nosso passeio pelo País-da-Gramática vim entupida de gramática até aqui - e mostrou com o dedo um carocinho no pescoço, que tia Nastácia havia feito para que ela ficasse bem igual a uma gente de verdade.

- Mas é preciso complemento, Emília! - insistiu Dona Benta. Sem complemento a frase fica incompleta e das tais que ninguém entende. Que coisa o Visconde achou? Vamos lá, Senhor Visconde. Explique-se.

O Visconde tossiu o pigarrinho e explicou:

- Achei uma linda terra que ainda não visitamos: o País-da-Matemática!

(Aritmética da Emília)


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

O QUE PENSA O PROFESSOR PIERLUIGI PIAZZI

O bem mais escasso - Todas as escolas, numa falta de originalidade até benéfica, propõem trabalhos sobre o que é considerado o recurso mais escasso do século 21: água potável. Na realidade há tanta água potável no século 21 quanto havia no 20. O que é há é excesso de pessoas querendo beber!

O bem verdadeiramente mais escasso do século 21 não é a água...

...É A INTELIGÊNCIA!

A humanidade está sendo imbecilizada cada vez mais.

(Do livro "Aprendendo inteligência", página 21)

Eu diria que a inteligência está sendo mal utilizada. É como uma faca: se não tivermos cuidado, cortaremos nossos dedos.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

OS MAIORES ERROS QUE AS PESSOAS COMETEM EM LÍNGUA PORTUGUESA

1. "Mal" ou "Mau" - Ficou na dúvida se deveria escrever essa palavra com "L" ou com "U"? Existe uma dica bastante simples que te ajudará a basicamente eliminar esse problema da sua vida. O termo "mal" é o oposto de "bem", enquanto "mau" é o inverso de "bom". Se você estiver na dúvida sobre qual dos dois utilizar, basta substituir o advérbio da frase por um dos dois opostos e ver qual se encaixa melhor.

2. Há muitos anos atrás - Quantas vezes você já não viu alguém começar a construção de uma frase com "Há muitos anos atrás"? Acontece que usar essas duas palavras na mesma frase cria uma enorme redundância, uma vez que ambas indicam passado. Para estar correto, basta escolher apenas uma das duas.

Sendo assim, você pode dizer algo como "eu a conheci há muito tempo" ou "nós nos conhecemos muito tempo atrás". E se você ainda está se perguntando: sim, Raul Seixas estava errado quando escreveu a letra de Eu nasci há dez mil anos atrás.

3. "Para mim" ou "para eu" - Se olharmos de fora, não há nada errado nesses dois termos — desde que sejam usados de maneira correta em uma frase. Acontece que, "para mim" não precisa de qualquer complemento em uma frase, enquanto "para eu" precisa estar acompanhado de um verbo.

Por esse motivo, o correto é dizer coisas como "ele comprou esse presente para mim" ou "Para eu poder fazer um bolo, preciso dos ingredientes". Entendeu?

4. "Impresso" ou "Imprimido" - Uma grande dúvida dos brasileiros é sobre quando utilizar as palavras "impresso" ou "imprimido". Afinal, qual das duas está escrita da maneira correta? A resposta é que as duas estão, desde que empregadas após o uso do verbo correto. Apenas use a palavra "impresso" quando a frase tiver sido construída com os verbos "ser" ou "estar". Enquanto que "imprimido" deve aparecer com os verbos "ter" e "haver".

Logo, "os documentos foram impressos" e "as páginas já estão imprimidas". 

5. "Ao invés de" ou "em vez de" - Por mais que seja um padrão das pessoas utilizar sempre a primeira expressão, vale ressaltar que "ao invés de" significa "ao contrário" e só deve aparecer para expressar situações completamente opostas. Por isso, dizemos que uma pessoa deve "virar à direita 'ao invés de' mudar o volante para a esquerda".

Enquanto isso, "em vez de" é muito mais abrangente e é constantemente usado como "no lugar de" — apesar de também poder ser usado como oposição. Então, se você estiver com muitas dúvidas do que fazer, é melhor não arriscar muito e utilizar a segunda opção.

6. "Tem" ou "têm" - Para fechar a lista, temos uma resolução bem simples. Embora "tem" e "têm" façam parte da conjugação do verbo "ter" no presente, um é usado no singular e outro é usado no plural.

Então, lembre-se: "Eles têm que ir embora agora" e "Você tem amigos chatos" são modelos corretos para esse tópico. (Do site www.megacurioso.com.br)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

PALAVRAS INEXISTENTES

Bixo, mudelo e thau

Ao pé da letra, se algo é inexistente, não pode ser considerada uma palavra. Mas...

Convenhamos o seguinte: há certos vocábulos que são escritos, porém não se encontram ainda nos dicionários. Podemos encontrá-los facilmente nos bate-papos e nos textos da web.

Bixo com x é muito comum. Os usuários da nova forma de escrever defendem-se dizendo que é mais fácil escrever com x do que com ch.

Mudelo já é mais grave, mas também tem muito de informalidade na linguagem oral.

Thau é igualmente grave. Ainda não descobri o porquê de não colocarem o c depois do t.

É fato que geralmente esses problemas de ortografia são levados para textos formais como as redações de concursos ou ENEMS. Lá a coisa fica mais sério.

domingo, 30 de janeiro de 2022

LÍNGUA: FORMAS VARIANTES

Há palavras que admitem mais de uma forma de grafia

Apostila e apostilha
Catorze e quatorze
cociente e quociente
assoviar e assobiar
bêbado e bêbedo
aspecto e aspeto
xeretar e xeretear
redemoinho e remoinho
chipanzé e chimpanzé
coradouro e quaradouro
derrubar e derribar
taverna e taberna
transpassar, traspassar e trespassar
seção e secção
xérox e xerox
matracar e matraquear
mobiliar e mobilhar
entretenimento e entretimento
rubi e rubim
coisa e cousa
malvadeza e malvadez
espécime e espécimen
fleuma e fleugma
embaralhar e baralhar
diabete e diabetes
chapanhe e champanha
verruga e berruga
(Com informações do livro Português, de Leila Sarmento e Douglas Tufano)

Do blog Entretendo e Sinformando

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

QUESTÃO DA LÍNGUA

Estada e estadia

Estada -  Ação de estar. Demora, permanência (de pessoa).

Estadia - Prazo que o navio fretado é obrigado a observar no porto de chegada. Demora, permanência (de veículo). Preço que se paga por essa permanência.

São definições de Soares Amora sobre estada e estadia. 

As duas palavras acima são objetos de dúvidas de muitos falantes da língua. Imagina aí os estrangeiros.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

COMO INICIAR BEM COMO REDATOR

Para quem começa a escrever textos, é bom que comece por pequenas frases.

Depois de tomar gosto, pode se estender em mais frases e assim or diante.

sábado, 1 de janeiro de 2022

IDEIAS DE PIERLUIGI

Pierluigi Piazzi era um professor italiano e naturalizado brasileiro. 

Ensinou muitos alunos brasileiros a tornarem-se estudantes. Num português mais fácil, Pierluigi ensinou como o aluno deve usar corretamente a inteligência como ferramenta de estudo. A esmagadora maioria dos alunos estuda de maneira errada.

Pierluigi dá algumas dicas. 

Primeira dica - Aula dada hoje, aula estudada ainda hoje. Aula dada pelo professor na sala. Aula estudada em casa pelo aluno. Na escola o aluno entende. Em casa o aluno aprende.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

UMA MALA

Crônica

Não havia presentes lá. Não havia joias, dinheiro, roupas, papeis, remédios.

Havia muito tempo que os herdeiros tencionavam abrir aquela mala misteriosa para ver o que tinha dentro. Depois do corre-corre da despedida definitiva, chegou o tempo de vencerem a curiosidade.

Sua mala era objeto de segredo para todos. Todos mesmo. A cidade inteira sabia de sua existência por causa de um vazamento de alguém de dentro de casa ou de alguma pessoa que andava por lá com frequência. Era um fato-furado e bem furado.

O que tinha dentro daquela pesada mala? A curiosidade era aguçada por quem quer que soubesse do mistério.

Um dia viriam a saber. Ah! Isso viriam!

Chegou o dia da abertura. Todos de casa e os mais íntimos da família ficaram de olho. Abriram.

Havia uma bela coleção de pedras não preciosas. Isso. Pedras comuns, adquiridas nos riachos e à beira das estradas. O fato de não serem preciosas não significa que eram feias e sem valor. Não havia preciosidade no sentido em que entendemos. Não tinha valor pecuniário, mas o de um alguém que cultiva um hobby. Havia uma preciosidade de colecionador. A variedade de pedras em tamanho, formas e cores era imensa. Para ele isso bastava.


quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

O QUE TODO MUNDO SABE

Chavão - Aquilo que todo mundo sabe e repete automaticamente denominamos chavão. Outros preferem dizer clichê. Ainda outros dizem lugar-comum.

Embalado nos chavões, aí vai o de hoje:

O computador mais importante e eficiente é o cérebro humano.

Peninha que nem sempre sabemos usá-lo adequadamente.


PROVÉRBIO

Parentes são os dentes, que mastigam para a gente.

 




quarta-feira, 17 de novembro de 2021

RUDIMENTOS DA GAMÁTICA

Substantivo - O que é?

É a palavra que designa, dá nome aso seres. Se é ser (coisa), então é um substantivo. Pode ser visível, invisível, animado e inanimado. Tem nome? É substantivo. 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

POEMA ÉPICO

Podemos dizer que o "ciclo" das epopeias já se encerrou: aquele poema antigo, longo, narrando a história de um povo, como Os Lusíadas, de Camões, modelo das epopeias de Homero, Odisseia e Ilíada, que parecem ter inaugurado tal forma de poesia narrativa. Dos poemas homéricos também saiu a Eneida, de Virgílio. A Divina Comédia, de Dante, é também considerado um poema épico, mas aqui com uma visão global do homem, não necessariamente histórica. Não há referências a epopeias modernas, podendo o termo, ocasionalmente, designar um vasto poema, onde se pretende contar a "história" do homem ou de alguns de seus feitos. Mas o poeta épico tem trânsito em todos os tempos, é o poeta que atingiu os grandes espaços, transcendência, , livrou-se daquela poesia pessoal, confessional, marcadamente lírica.

Clássico, medieval, simbolista ou romântico, todo poeta superior tende para o épico. Dispondo em partes o pensamento, diríamos que o poeta épico se caracteriza pela dilatação do "eu" ao infinito de suas possibilidades, a ponto de romper suas próprias barreiras e invadir o plano do "não-eu". Ele ultrapassa, desse modo, a contemplação exclusivista de sua imagem sempre refletida em espelho côncavo, postura característica do poeta lírico, e cria uma poesia a-confessional e a-emocional ou melhor, supra-confessional e supra-emocional. (Do Vocabulário Técnico de Literatura, de Assis Brasil)

Um poema épico é, via de regra, ficção. Não deixa de haver alguns traços de história. Uma epopeia é sempre uma grande viagem. Quem não gosta de viajar, certamente não gosta de epopeias.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

QUESTÃO DO ENEM

Carnavália

Repique tocou
O surdo escutou
E o meu corasamborim
Cuíca gemeu, será que era meu, ela passou por mim?
[...]
ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).

No terceiro verso, o vocábulo "corasamborim", que é a junção coração + tamborim, refere-se, ao mesmo tempo, a elementos que compõem uma escola de samba e à situação emocional em que se encontra o autor da mensagem, com o coração no ritmo da percussão.

Essa palavra corresponde a um(a)

a) estrangeirismo, uso de elementos linguísticos originados em outras línguas e representativos de outras culturas.
b) neologismo, criação de novos itens linguísticos, pelos mecanismos que o sistema da língua disponibiliza.
c) gíria, que compõe uma linguagem originada em determinado grupo social e que pode vir a se disseminar em uma comunidade mais ampla. 
d) regionalismo, por ser palavra característica de determinada área geográfica.
e) termo técnico, dado que designa elemento de área e de atividade. (Do livro "Estações", Editora Ática)

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

CONJUGAÇÃO CERTA

Não brinques

Não brinca - Esta frase é muito ouvida hoje em dia. Entretanto, está errada quando empregada no imperativo que deverá ser assim; não brinques (tu), ou não brinque (você). (Do livro "Tira-dúvidas de Português").

Portanto, não brinques, não brinquemos (nós), não brinqueis (vós), quando se trata de conjugação de verbos.